Acre

O Acre é um estado da região Norte do país, tendo sua sigla as letras iniciais de seu nome, AC. Faz fronteira com dois estados brasileiros e dois países sul-americanos:

Confira alguns dados selecionados do Acre, estado que abriga o ponto mais oeste do Brasil, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Tópicos deste artigo

Dados gerais do Acre

  • Região: Norte
  • Capital: Rio Branco
  • Gentílico: acriano 
  • Governo: democrático representativo
  • Área territorial: 164.173,431 km² (IBGE)
  • População: 894.470 de habitantes (IBGE, 2020)
  • Densidade demográfica: 4,47 de hab./km² (IBGE, 2020)
  • Fuso: GMT -5
  • Clima: Tropical Equatorial

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Geografia do Acre

Localizado na região Norte do Brasil, Acre faz fronteira com Rondônia, a leste, Amazonas, ao norte, Bolívia, a sudeste, e com o Peru, ao sul e a oeste. Essa localização reflete em duas curiosidades sobre o estado, uma relacionada ao fuso horário e outra sobre a fronteira internacional brasileira.

As coordenadas do estado, no geral, são 9º S e 70º W (latitude e longitude, respectivamente. Com isso, observamos a primeira curiosidade: o fuso horário acriano está atrasado duas horas em relação ao horário oficial de Brasília, obedecendo ao horário do fuso 75º, bem como algumas cidades do sul do Amazonas. Ademais, é no Acre que está a fronteira mais ocidental do Brasil, a serra da Contamana, na cidade de Mâncio Lima, divisa com o Peru.

O rio Acre corta a cidade com suas águas turvas e barrentas.
O rio Acre corta a cidade com suas águas turvas e barrentas.

O relevo do estado é composto, basicamente, por depressões e planícies amazônicas, sendo um relevo baixo e bastante antigo, desgastado. Para se ter uma ideia, o ponto mais alto é a serra da Contamana, com apenas 609 m de altitude, no planalto amazônico, oeste do estado.

Na depressão amazônica corre o rio Acre, no sentido sul–norte, que passa pela capital do estado. Sua nascente está no Peru, desaguando na margem direita do rio Purus, o mais importante rio acriano. Além desses dois, podemos citar os rios Juruá, Gregório, Muru, Tarauacá, Moa, Envira e Jurupari.

Já na hidrografia, o Acre conta com duas importantes bacias hidrográficas: a bacia do Acre-Purus e a bacia do Juruá, além dos rios da bacia Amazônica, que também adentram o território acriano. Devido ao relevo baixo e relativamente plano, os rios que percorrem o Acre são ótimos para a navegação, sendo utilizados como hidrovias pelas populações ribeirinhas para escoamento de produção, transporte e lazer.

História do Acre

O território do Acre foi incorporado ao Brasil no início do século passado e fez parte de uma intensa batalha militar entre tropas brasileiras e tropas bolivianas, a Revolução Acriana, em 1902-1903.

No fim do século XIX, a atual área do Acre foi alvo de disputas que envolveram Peru, Brasil e Bolívia, sendo estes dois últimos os protagonistas dos conflitos. O motivo era a exploração de látex nas seringueiras amazônicas, algo que era muito valioso perante a economia internacional. Esse período econômico ficou conhecido como o ciclo da borracha.

Em 1899, o espanhol Luiz Gálvez Roreíguez de Arias, a mando do governador do Amazonas Ramalho Júnior, organizou uma expedição militar para expulsar bolivianos que estavam no Acre. Nessa ocasião, Gálvez declarou o Acre como uma república independente, mas o governo brasileiro não reconheceu esse feito e enviou tropas para dissolver o levante.

No ano seguinte, tropas bolivianas voltaram a invadir a região, mas os seringueiros conseguiram impedir tal ação. Uma expedição de defesa foi enviada ao Acre a pedido do governador amazonense Silvério Néri, que declarou, pela segunda vez, a independência do estado.

Entretanto, a disputa entre brasileiros e bolivianos continuou, e a república acriana foi extinta em 1901. Em 1902, Néri enviou tropas militares, sob comando de José Plácido de Castro, para retomar o território acriano, que, na ocasião, estava sob o domínio dos bolivianos.

As lutas entre as tropas de Plácido e os bolivianos marcaram a Revolução Acriana, sendo vencidas pelos brasileiros. Novamente, pela terceira vez, foi decretada a independência do Acre, mas dessa vez duas importantes figuras da política brasileira na época reconheciam esse feito, o Barão de Rio Branco, então ministro do Exterior, e o presidente Rodrigues Alves.

Os bolivianos reagiram, mas a diplomacia brasileira agiu e não permitiu conflitos marcantes. Em 1903, lideranças dos dois países se reuniram para um acordo de paz que originou a assinatura do Tratado de Petrópolis. Nesse tratado, bolivianos reconheciam o Acre como território brasileiro sob duas condições: o pagamento de uma taxa de dois milhões de libras esterlinas e parte do território mato-grossense, o que foi acatado pelo governo brasileiro.

Em 1962, o presidente João Goulart decretou, de forma oficial, o reconhecimento do Acre como um dos estados do Brasil.

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Demografia do Acre

Com uma população aproximada em 900 mil pessoas, o estado do Acre é o terceiro menos populoso do Brasil, tendo uma população menor do que muitas cidades brasileiras, como Brasília, Fortaleza e Goiânia. A cidade mais populosa é a capital Rio Branco, com uma população estimada em 413.418 habitantes em 2020.

Outras cidades se destacam na demografia acriana, como Cruzeiro do Sul (aproximadamente 79 mil habitantes) e Sena Madureira (aproximadamente 40 mil habitantes).

O Acre possui muitos nordestinos e descendentes de nordestinos, isso devido à história de povoamento do estado. Durante o ciclo da borracha, migrantes de vários estados do Nordeste foram atraídos para a região em busca de trabalho, renda e oportunidades de emprego.

Segundo o IBGE, em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano do Acre era 0,663, bem menor do que os vizinhos regionais Amazonas, Rondônia e Roraima. Ainda de acordo com o órgão, o percentual de homens vivendo no Acre no mesmo ano era de 50,2%, e o de mulheres, 49,8%.

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Mapa do Acre

O rio Acre corta a cidade com suas águas turvas e barrentas.

Divisão do Acre

O Acre é um dos três estados brasileiros com o menor número de municípios. Com apenas 22 cidades, o estado está dividido em cinco microrregiões:

  • Basiléia
  • Cruzeiro do Sul
  • Rio Branco
  • Sena Madureira
  • Tarauacá

Confira no mapa a seguir a divisão regional do Acre.

Divisão regional do Acre.
Divisão regional do Acre.

Economia do Acre

A economia acriana depende muito de fatores naturais, pois o extrativismo vegetal é a principal fonte de renda econômica do estado e, consequentemente, de seus habitantes. Um dos produtos em destaque é a borracha, sendo o estado o maior produtor nacional desse item.

Há o cultivo da castanha-do-pará, pois o estado possui muitas castanheiras. Entretanto, a colheita desse fruto não é regular, pois depende de períodos chuvosos. Essa castanha tem sua produção voltada para o mercado externo, sendo bastante relevante nas exportações acrianas.

Castanha-do-pará, um item bastante produzido e exportado no Acre.
Castanha-do-pará, um item bastante produzido e exportado no Acre.

Cultivos de mandioca, feijão, guaraná, cana-de-açúcar e arroz contribuem para alimentar o mercado interno bem como a pecuária. A criação de gados bovinos, suínos e ovinos é tímida, utilizada no próprio estado, e o excedente é exportado para cidades fronteiriças do Amazonas e Rondônia.

O setor de serviços corresponde a 77% do Produto Interno Bruto (PIB) do Acre, seguido pela indústria (12%), em especial a extrativa e a de transformação, e a agropecuária (11%).

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Governo do Acre

O governo acriano é exercido pelo governador de estado, chefe do Executivo local. A sede do governo do estado é o Palácio Rio Branco, localizado na capital de mesmo nome. Esse palácio apresenta aspectos do movimento conhecido como art déco, algo que remonta ao ciclo econômico da borracha, início do século passado.

Bandeira do Acre

Infraestrutura do Acre

Segundo o governo estadual, o Acre possui pouco mais de nove mil quilômetros de rodovias, somando federais, estaduais e municipais. Apenas 1887,4 quilômetros são pavimentados. A BR-364 liga Rio Branco e Cruzeiro do Sul, as duas maiores cidades do estado. Essa BR também é responsável pela conexão entre o Acre e o Centro–Sul do Brasil.

Essa baixa pavimentação no Acre pode ser justificada pela dificuldade de acesso às rodovias em meio à selva amazônica, além de fatores burocráticos e governamentais. Dessa forma, muitas cidades ficam ilhadas em períodos secos, pois os rios não permitem que a navegação seja feita com frequência, tornando a vida acriana ainda mais difícil. Nos períodos chuvosos, as cheias dos rios podem inundar algumas cidades, agravando o quadro sanitário do estado. Surtos de doenças como dengue e malária costumam ser frequentes.

Existem muitas cidades no estado que não têm acesso direto à capital por falta de rodovias, como Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus. Um fator que pode explicar isso é a presença da Floresta Amazônica em grande parte do Acre.

A precariedade nos transportes acrianos reflete em quadros sociais, como atendimentos médicos, rede de esgoto, água encanada, acesso aos grandes centros econômicos e acentuação das desigualdades sociais.

Na capital está localizado o Aeroporto Internacional de Rio Branco, a sede da Universidade Federal do Acre (Ufac), além da única faculdade particular do estado, a Faculdade Integrada de Rio Branco (Firb). Já Cruzeiro do Sul conta com um comércio diversificado, teatros, ginásios esportivos e boa rede de comunicação, bem como na capital.

Tais fatores revelam o imenso contraste que existe no Acre, onde algumas cidades dispõem, apenas, de uma emissora de rádio para a comunicação com o mundo exterior.

A geração de energia fica a cargo de duas empresas: a EletroNorte e a EletroAcre, sendo que esta última funciona com base no diesel e outros combustíveis. O estado não possui ferrovias.

Cultura do Acre

O Acre é um estado que teve em sua história um forte processo migratório, em que, durante o ciclo da borracha, no fim do século XIX e início do XX, muitos brasileiros foram em busca de melhorias de vida e oportunidades, em especial os nordestinos.

Essa migração, associada aos povos indígenas e à proximidade com bolivianos, fez com que a cultura acriana incorporasse aspectos nordestinos, indígenas e bolivianos em seus costumes. Na gastronomia, pratos como tambaqui acriano, pirarucu, pato, vatapá, carne de sol e bobó de camarão são exemplos das heranças indígenas e nordestinas.

Os artesãos usam a Floresta Amazônica para criar peças lindíssimas que são vendidas nas cidades mais visitadas, como Rio Branco e as localizadas nas microrregiões de Tarauacá e Envira.

Na capital acrina é possível visitar o Museu da Borracha, e, em Cruzeiro do Sul, há o Teatro dos Nauás, ambas construções que valorizam a história e cultura locais.

Por: Átila Matias

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