Obsolescência Programada

A obsolescência programada eleva os padrões consumistas e pode acarretar problemas socioambientais.

A obsolescência programada estimula o máximo descarte de produtos usados, gerando mais lixo
A obsolescência programada estimula o máximo descarte de produtos usados, gerando mais lixo

A obsolescência programada – por vezes também conhecida como obsolescência planejada – é o nome dado para designar o envelhecimento ou quebra rápida de um determinado produto de forma previamente estabelecida pelas empresas, ou seja, é quando os produtos estragam ou se tornam obsoletos para que as pessoas continuem a comprar.

O termo foi elaborado pela primeira vez pelo empresário norte-americano Bernard London em 1929, que propunha ser essa uma das saídas para a crise de 1929, quando existia uma produção em massa no meio industrial – graças ao sistema fordista –, mas não havia um mercado consumidor suficiente para essa quantidade de produtos.

Apesar da criação do termo ter sido em 1929, já em 1920 a prática era adotada. Empresas produtoras de lâmpadas dos Estados Unidos e de algumas nações da Europa – grupo de países que, juntos, compunha o mundo industrializado da época – organizaram-se em um cartel denominado “Phoebus”. Em comum acordo, essas empresas decidiram reduzir o tempo médio de duração de cada lâmpada de 2.500 para 1.000 horas, em média.

Na década de 1950, esse tipo de prática disseminou-se amplamente nos espaços produtivos e de consumo, quando os designers dos produtos ora contribuíam para o seu rápido envelhecimento ou quebra, ora ajudavam a tornar o produto “fora de moda” ou “feio”, quando os padrões de marca se alteravam tempos depois.

Em termos gerais, existem dois tipos de obsolescência planejada: a técnica e a psicológica. A primeira acontece como no caso da lâmpada supracitado, em que os produtos são propositalmente fabricados para durarem pouco tempo, incentivando novas compras. Já a segunda ocorre a partir de um convencimento de que os produtos comprados há algum tempo não são mais úteis, mesmo estando em pleno funcionamento.

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Isso acontece muito no comércio de celulares e smartphones, em que novos aparelhos com novas funcionalidades são lançados a todo momento, com aparências mais elegantes ou apenas com alguns aplicativos e funções a mais (como mais espaço de armazenamento ou uma câmera mais nítida), tornando os antigos muito “velhos” mesmo que sejam de fabricação recente. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram descartados em 2005 mais de 100 milhões de telefones celulares.

Esse tipo de prática é realizado, obviamente, para elevar o consumo para gerar mais lucro para as empresas e proporcionar um maior crescimento econômico. A crítica a esse modelo é o fato de tal prática, além de ser um desrespeito ao consumidor, ainda gerar problemas ambientais, pois o descarte desenfreado de produtos gera uma quantidade cada vez maior de lixo que, em sua maior parte, não é reciclado.

Para combater esse problema, é preciso estabelecer medidas sociais que estimulem um consumo mais consciente, além de intensificar as leis e as exigências de melhores condições nos produtos fabricados, principalmente através do poder público e de órgãos de defesa do consumidor.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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