Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é um estado brasileiro localizado na região Sul do país. Tem como fronteiras:

Confira alguns dados selecionados do estado sulista brasileiro conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Tópicos deste artigo

Dados gerais do Rio Grande do Sul

  • Região: Sul

  • Capital: Porto Alegre

  • Gentílico: gaúcho ou sul-rio-grandense

  • Governo: democrático representativo, com eleições periódicas

  • Área territorial: 281.707,156 km²

  • População: 11.422.97 de habitantes (estimativa IBGE, 2020)

  • Densidade demográfica: 37,96 hab/km² (IBGE, 2010)

  • Fuso: GMT -3 (atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich)

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Geografia do Rio Grande do Sul

A geografia sulista é típica de um estado localizado abaixo do Trópico de Capricórnio. O clima desse estado é o Subtropical, com médias anuais entre 14 ºC e 22 ºC. Os índices pluviométricos estão em torno de 1000 mm e 2000 mm por ano e regularmente distribuídos nesse período.

O relevo possui baixas altitudes, principalmente no litoral do estado, nas planícies costeiras. Esse relevo contribui para a economia do Rio Grande do Sul, facilitando a criação de gado e a prática agrícola.

Já na vegetação, o Rio Grande do Sul possui, basicamente, dois biomas:

  • os Campos, conhecidos como Pampas gaúchos;

  • as Matas das Araucárias.

Este último bioma cobria quase toda a região Sul, mas foi bastante desmatado pelas atividades humanas.

Mata de Araucária em Cambará do Sul, comum no Rio Grande do Sul.
Mata de Araucária em Cambará do Sul, comum no Rio Grande do Sul.

Os Campos são formados por vegetação rasteira, conhecida como gramíneas. Em outras localidades, essa vegetação é também conhecida por pradaria, bem comum em regiões mais frias. Esses Campos cobrem parte do relevo ondulado gaúcho, conhecido por coxilha, sendo ideais para a criação de gado.

As araucárias costumam ocorrer em áreas de altitudes elevadas e de baixas temperaturas. É uma árvore que tem muitas utilidades, como o pinho (madeira utilizada na construção civil) e matéria-prima para a indústria da celulose (produção de papelão e papel).

Por ser tão útil, as araucárias são desmatadas e exploradas constantemente, restando cerca de 2% da vegetação original.

O pico mais alto do estado é o pico do Monte Negro, que possui 1410 m de altitude. Está localizado na cidade de São José dos Ausentes, na divisa com Santa Catarina.

Veja também: Quais são os principais tipos de solo do Brasil?

Breve história do Rio Grande do Sul

A história do Rio Grande do Sul perpassa pela história da região Sul, que, no início da colonização brasileira, no século XVI, era bem distante do centro de interesse dos portugueses. Além disso, a região era de propriedade espanhola, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, assinado no século XV entre os ibéricos.

Foi no fim do século XVII que a região começou a ser ocupada por jesuítas espanhóis, que difundiram a criação de gado na região e tentaram catequizar os indígenas locais. Houve contribuição dos bandeirantes paulistas, que invadiram muitas missões (redutos jesuíticos) em busca da captura de indígenas para vendê-los como escravos em São Paulo.

No século XVIII, quando o território sulista estava sob domínio português, a ocupação no Rio Grande do Sul começou a se intensificar. A criação de gado expandiu e o estado se tornou o maior exportador de couro do país. Muitos animais foram extremamente importantes para a ocupação do estado, como equinos e mulas. Estas últimas eram vendidas para a região das Minas Gerais, para auxiliar na exploração aurífera.

Já no século XIX, as ocupações que havia nos estados da região Sul eram limitadas a pequenas e médias propriedades pecuaristas. A fim de incentivar a ocupação, o governo brasileiro estimulou a colonização estrangeira, facilitando o acesso às terras por parte que quem estava chegando ao Brasil.

Na década de 1820, os alemães desembarcaram em São Leopoldo e rapidamente introduziram a prática agrícola naquela localidade. Com o passar dos anos, outros alemães adentraram o Brasil e ocuparam as terras gaúchas.

A Revolução Farroupilha, na década de 1830, foi um marco para o estado. Nessa revolução, os líderes do movimento pretendiam a liberdade da província e lutaram contra o governo imperial da época. Esse movimento acirrou o sentimento dos gaúchos e imigrantes que ali estavam, acalorando o pertencimento ao Rio Grande do Sul.

Durante a abolição da escravidão, no decorrer da segunda metade do século XIX, outros imigrantes foram para os estados sulistas, como poloneses, ucranianos e japoneses. No Rio Grande do Sul, em especial, italianos se concentraram nas serras gaúchas, como nas cidades de Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves. Iniciaram o cultivo da uva e a produção de vinho, o que até hoje é destaque no estado.

Mapa com a localização do Rio Grande do Sul.
Mapa com a localização do Rio Grande do Sul.

Demografia do Rio Grande do Sul

Segundo dados do IBGE, o Rio Grande do Sul possui o sexto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país: 0,746. Com uma população estimada em pouco mais de 11,4 milhões de habitantes (2020), a quinta maior do país, o estado possui bons níveis socioeconômicos e uma grande composição de descendentes de europeus devido à história rio-grandense.

As descendências alemã e italiana são marcantes na composição populacional do estado. O município mais populoso é a capital, Porto Alegre, que abriga 1,4 milhão de pessoas.

Divisão geográfica do Rio Grande do Sul

De acordo com o governo do Rio Grande do Sul, o estado está dividido em 497 municípios, que se subdividem em sete mesorregiões:

  • Noroeste Rio-Grandense

  • Nordeste Rio-Grandense

  • Centro Ocidental Rio-Grandense

  • Centro Oriental Rio-Grandense

  • Metropolitana de Porto Alegre

  • Sudeste Rio-Grandense

  • Campanha Ocidental

Divisão regional do Rio Grande do Sul.
Divisão regional do Rio Grande do Sul.

Há, também, outra divisão no estado, criada em 1994. São as regiões definidas como Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), que servem para promover debates sustentáveis e progressos regionais. No total, existem 28 regiões desse tipo no Rio Grande do Sul.

Economia do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul tem como destaque em sua economia a produção agrícola e pecuarista. Segundo o IBGE, o estado é o terceiro maior produtor de gado suíno do país, com mais de 5,6 milhões de animais desse tipo, atrás apenas do Paraná e de Santa Catarina, segundo e primeiro colocado no ranking de gado suíno respectivamente.

Além da produção de carne de porco, o estado conta com forte produção agrícola, sendo referência na produção de uvas (quase 90% da produção nacional), arroz, trigo, soja, aveia, maçã, mandioca, entre outros produtos.

grandes reservas carboníferas no Sul do país, o que faz o Rio Grande do Sul ter esse mineral em seu território, explorando-o para alimentação das indústrias locais e usinas termelétricas.

É um estado com alto grau de industrialização, principalmente na cidade de Novo Hamburgo e na região metropolitana de Porto Alegre. O estado é responsável por, aproximadamente, 40% da produção industrial da região Sul.

No turismo, as cidades de Gramado, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Torres e o Parque Nacional de Aparados da Serra são destinos bastante visitados, principalmente para a degustação de vinhos, no Vale dos Vinhedos.

Cânion Itaimbezinho, no Parque Nacional de Aparados, Rio Grande do Sul.
Cânion Itaimbezinho, no Parque Nacional de Aparados, Rio Grande do Sul.

Infraestrutura do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul possui importantes estradas federais que cruzam o Brasil, como a BR-116 e a BR-101, as duas maiores rodovias do país. Além delas, as rodovias BR-153, BR-158 e BR-163 também estão presentes no estado, o que garante uma boa ligação entre as outras regiões brasileiras e facilita o escoamento da produção econômica gaúcha. Essas quatro rodovias figuram entre 10 maiores do país.

As rodovias são mais utilizadas no estado, com mais de 80% do transporte de cargas e pessoas sendo feitos nesse modal. Ainda, há outras vias de ligação, como ferrovias e hidrovias.

É no Rio Grande do Sul que está localizado o segundo maior porto brasileiro em exportação, o Porto do Rio Grande, na cidade de mesmo nome. O acesso a esse porto é bastante estratégico, e pode ser feito por ferrovias, rodovias e via fluvial.

Outra construção de destaque no Rio Grande do Sul é o Aeroporto Internacional de Porto Alegre - Salgado Filho, o terceiro maior do Brasil em número de passageiros internacionais, estando atrás do Galeão (RJ) e do de Guarulhos (SP).

Por conta da localização, o estado possui grandes investimentos em energia eólica e abriga o maior complexo eólico da América Latina, o de Campos Neutrais, no litoral gaúcho.

Acesse também: Importância do transporte rodoviário no Brasil

Bandeira do Rio Grande do Sul

Chimarrão, bebida tradicional da cultura gaúcha.
Chimarrão, bebida tradicional da cultura gaúcha.

Cultura do Rio Grande do Sul

Devido à história de imigração europeia e à geografia com clima ameno, a cultura do Rio Grande do Sul apresenta costumes e tradições associadas ao local, como a tradicional bebida quente com erva mate, o chimarrão.

Chimarrão, bebida tradicional da cultura gaúcha.
Chimarrão, bebida tradicional da cultura gaúcha.

Ainda na culinária, os gaúchos costumam fazer o famoso arroz carreteiro, uma espécie de arroz com vários tipos de carne, geralmente as que sobram do churrasco (outra especialidade gaúcha). Pode ser encontrado com charque — carne bovina secada ao sol e bastante salgada.

As influências europeias, principalmente alemãs e italianas, estão presentes nas tradições gaúchas, mais ainda na arquitetura de algumas cidades.

Há no estado os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), em que os gaúchos se reúnem para eventos sulistas, com danças e trajes tradicionais da região, como bombacha, chapéu e longos vestidos.

Na religião, os gaúchos comemoram no 02 de fevereiro o dia de Nossa Senhora dos Navegantes, a padroeira de Porto Alegre. Por isso, nessa data é feriado municipal na capital gaúcha.

Por: Átila Matias

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