Tsunami

Tsunami é o fenômeno caracterizado pela ocorrência de ondas gigantes. Pode ser formado por meio de terremotos, atividades vulcânicas e quedas de meteoritos.

Representação gráfica de um tsunami.
Tsunami é um fenômeno natural formado, principalmente, devido a abalos sísmicos, atividades vulcânicas e quedas de meteoritos.

Tsunami é a denominação para um fenômeno natural que se caracteriza pela ocorrência de uma série de ondas gigantes, provenientes de uma movimentação anormal das águas de mares e oceanos. Os tsunamis são causados por terremotos, atividade vulcânica e até por meteoritos. Trata-se de um fenômeno rápido e que tem causado catástrofes ao longo da história. Especialmente os territórios instáveis tectonicamente são sujeitos à sua ocorrência.

Leia também: Qual é a diferença entre tornado, furacão e tufão?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre tsunami

  • Tsunami é um fenômeno caracterizado pela ocorrência de uma série de ondas gigantes.

  • A palavra significa “onda de porto” e tem origem japonesa.

  • As ondas anormais são causadas por terremotos, atividade vulcânica e meteoritos.

  • O tsunami é uma onda extensa e pouco elevada em alto-mar.

  • À medida que se aproxima das regiões costeiras, em função do atrito com o fundo do mar, perde extensão e se transforma em onda gigante.

  • Recentemente, tsunamis ocorridos na Indonésia e no Japão geraram centenas de milhares de mortes.

  • Diversos tsunamis ocorreram ao longo do tempo geológico.

O que é um tsunami?

Tsunami é o nome dado a um fenômeno que se caracteriza pela ocorrência de uma série de ondas gigantes causadas por distúrbios provenientes de fenômenos como abalos sísmicos (terremotos), vulcanismo e por meteoritos.

A palavra tsunami tem origem japonesa: tsu é “porto” e nami é “mar” ou “onda”, então o termo significa “onda do porto”.

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Quais são as causas de um tsunami?

A formação mais comum de um tsunami relaciona-se com os terremotos, que são movimentações abruptas da crosta terrestre. Terremotos ocorrem tanto nas áreas continentais quanto nas estruturas rochosas do fundo dos oceanos e, nesse caso, são capazes de movimentar de forma anormal as águas oceânicas, formando as ondas gigantes. A imagem abaixo ilustra o fenômeno:

Ilustração representando a formação de um tsunami pela ocorrência de terremotos.
A formação de um tsunami pela ocorrência de terremotos.

Outro fenômeno causador de tsunamis é a atividade vulcânica. A liberação de material magmático e deslizamentos de estruturas rochosas dos vulcões podem gerar movimentos anormais nas águas oceânicas, como os que ocorreram na Indonésia em 2018, pela erupção do vulcão Anak Krakatoa.

Representação de um tsunami provocado pela erupção de um vulcão.
A erupção de vulcões pode provocar a ocorrência de tsunamis.

Mais raramente, um tsunami pode se originar a partir do impacto da queda de um meteorito. Um meteorito é um asteroide que consegue atravessar a atmosfera terrestre e atingir a superfície. Se esse corpo celeste atinge a superfície na região oceânica, um tsunami pode se formar com facilidade devido à força do impacto.

Representação gráfica de meteoritos formando tsunamis.
 Um meteorito, asteroide que atinge a superfície terrestre, pode causar tsunamis.

Interessante: Acredita-se que o meteorito que provocou a extinção dos dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos, tenha provocado imensos tsunamis, embora tenha impactado uma região continental.

Quais são as características de um tsunami?

O tsunami é quase imperceptível em alto-mar, mas cresce à medida que se aproxima das regiões costeiras. Possui comprimento muito maior que o das ondas comuns, podendo atingir de 100 km a 500 km e quando se aproxima das zonas costeiras com águas mais rasas, perde velocidade (pelo atrito com o fundo do mar) e seu comprimento é reduzido. Porém, como a energia continua elevada, a onda aumenta em altura, podendo atingir até 30 metros. Trata-se de uma ação rápida e altamente destrutiva.

10 piores tsunamis da história

Destruição causada pelo tsunami que atingiu a Indonésia em dezembro de 2004. [1]
Destruição causada pelo tsunami que atingiu a Indonésia em dezembro de 2004. [1]

Os tsunamis são fenômenos naturais que produzem grande destruição de paisagens e, invariavelmente, grande número de perdas humanas. Se considerarmos o número de mortes, os piores tsunamis da história são:

  1. Indonésia, dezembro 2004: o maior tsunami da história foi causado por um terremoto de 9.2 graus na escala Richter. O epicentro foi nas proximidades da Ilha de Sumatra, mas seus efeitos destruidores atingiram a Indonésia, Índia, Sri Lanka, Tailândia, Bangladesh e Ilhas Maldivas. Deixou um saldo de mais de 220 mil mortes.

  2. Itália, dezembro 1908: a ilha da Sicília sofreu um terremoto de 7.2 graus na escala Richter, e um tsunami atingiu o território italiano. Resultaram desse fenômeno mais de 123 mil mortes.

  3. Indonésia – Krakatoa, agosto 1883: o famoso vulcão Krakatoa entrou em atividade e gerou um tsunami que atingiu as regiões costeiras da maior parte do oceano Índico. Estima-se que tenham ocorrido cerca de 120 mil mortes em diversos países.

  4. Portugal – Lisboa, novembro 1755: estima-se que o tremor tenha atingido 9 graus na escala Richter, destruindo a capital portuguesa. Gerou um tsunami que foi verificado até em terras brasileiras. Acredita-se que tenham ocorrido cerca de 50 mil mortes.

  5. Grécia – Mar Egeu, 1500 a.C.: há cerca de 3500 anos, a Ilha de Santorini foi assolada por um tsunami provocado pelo deslizamento de estruturas rochosas de um vulcão que entrou em erupção. Ele foi responsável por cerca de 30 a 100 mil mortes no mar Egeu.

  6. Japão – Nankai, 1498: a região da falha de Nankai é uma das áreas mais sujeitas à ocorrência de terremotos e formação de tsunamis no mundo. Estima-se que ocorreu cerca de 40 mil mortes em função do tsunami causado por um terremoto que deve ter atingido 8.6 graus na escala Richter.

  7. Japão – Hoei, 1707: após um terremoto de cerca de 8.6 graus na escala Richter, um tsunami atingiu as regiões costeiras do Japão e Coreia, gerando 30 mil mortes.

  8. Japão – Sanriku, 1896: um terremoto de 8.5 graus na escala Richter foi responsável por um tsunami que foi percebido até no Havaí, gerando cerca de 25 mil mortes.

  9. Chile – agosto de 1868: um terremoto produzido pela movimentação das placas tectônicas Sul-Americana e de Nazca atingiu cerca de 9 graus na escala Richter e gerou um tsunami que atingiu a costa peruana, da Austrália, do Japão e do Havaí. Estima-se que tenham ocorrido 25 mil mortes.

  10. Japão – Tohuku, março 2011: o terremoto de 9.1 graus na escala Richter gerou um tsunami que atingiu a costa japonesa em sua porção noroeste. Estima-se que ocorreram mais de 15 mil mortes, e os prejuízos para o Japão foram imensos. Até mesmo uma usina nuclear, Fukushima, foi afetada pelo tremor e deixou o mundo atônito em função das explosões de reatores nucleares.

Veja também: Terremoto de Fukushima em 2011

Quais as diferenças entre tsunami e maremoto?

  • Maremoto: movimentação anormal das águas oceânicas em função da ocorrência de um terremoto no assoalho oceânico.

  • Tsunami: fenômeno de formação de ondas gigantes causado pela movimentação anormal das águas oceânicas. Em geral, os tsunamis são consequências dos maremotos.

Exercícios resolvidos sobre tsunami

Questão 1

(UFJF) O assoalho do oceano Atlântico abriga uma série de vulcões na sua parte central, vinculados à Dorsal Mesoatlântica, imensa cordilheira submarina que divide a Bacia do Atlântico em placas tectônicas distintas. Em 2021, chamaram a atenção as especulações de risco de tsunamis no litoral brasileiro em função da erupção do vulcão CumbreVieja, nas Ilhas Canárias. Embora isso seja cientificamente possível, a probabilidade é muito baixa, o que levou os estudiosos a descartarem prontamente a possibilidade de tal catástrofe em território brasileiro.

Entre as alternativas abaixo, aponte aquela que expressa corretamente a baixíssima probabilidade de enfrentarmos um evento geológico de tal magnitude.

A) O território brasileiro, em especial sua faixa litorânea, está localizado na borda da Placa Sul-Americana, condição que anula qualquer risco de formação de tsunamis, bem como de atividades sísmicas mais intensas.

B) A faixa litorânea brasileira corresponde a uma margem ativa; a maior parte do território encontra-se em terrenos tectonicamente instáveis, o que possibilita riscos de tsunamis e terremotos.

C) O território brasileiro encontra-se na parte central da Placa Sul-Americana, compreendendo um ambiente cratonizado de margem passiva, condição essa que torna muito baixo o risco de tsunamis e atividades sísmicas de alta magnitude.

D) Uma parte considerável da Plataforma Brasileira encontra-se encoberta pelo mar em função de eventos de avanço do nível marinho, impondo-se uma considerável coluna d’água que inibe a chegada de tsunamis nas regiões costeiras.

E) Embora o conjunto do território brasileiro se encontre em margem ativa, sua imensa extensão litorânea encontra-se totalmente em regime de margem passiva, contrastando tectonicamente em relação ao restante do país.

Resolução:

Alternativa C

O Brasil é um território estável do ponto de vista tectônico por estar localizado na porção central da Placa Sul-Americana. Dessa forma, não apresenta vulcanismo ativo, formação de cadeias montanhosas e abalos sísmicos que geram tsunamis. Os terremotos que ocasionalmente atingem o território brasileiro não geram tsunamis na costa do país.

Questão 2

(Famerp) Os terremotos e os tsunamis são eventos que passaram a ser mais bem compreendidos com o estudo da estrutura interna da Terra, especialmente por meio da

A) verificação da alta densidade dos materiais que compõem a crosta terrestre, cuja composição, rica em magnésio, ferro e silício, promove falhas e rupturas.

B) descoberta do campo magnético gerado pelo núcleo terrestre, cuja interferência provoca instabilidade na consolidação do embasamento rochoso.

C) identificação das espessuras de cada camada, cuja proporcionalidade explica a fragilidade da porção mais externa.

D) constatação de que a crosta terrestre é descontínua e fragmentada, cujos fragmentos respondem à convecção do magma.

E) coleta de amostras ao longo das diferentes camadas, cujos materiais permitiram identificar graus de porosidade e resistência distintos.

Resolução:

Alternativa D

A crosta terrrestre é fragmentada em grandes porções chamadas de placas tectônicas, que se movimentam constantemente sobre o magma presente no interior. A movimentação do magma (por meio de movimentos convectivos) induz as placas ao deslocamento. Muitas vezes, abalos sísmicos e tsunamis são resultado dessa movimentação.

Crédito de imagem

[1] Frans Delian / Shutterstock 

Por: Larissa Mesquita

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