Criação do Estado de Israel

A criação do Estado de Israel foi oficializada em 14 de maio de 1948, após um processo histórico de retorno dos judeus à Palestina.

David Ben-Gurion pronunciando a Declaração do Estado de Israel, que oficializou a criação do Estado de Israel em 1948.
David Ben-Gurion pronunciando publicamente a Declaração do Estado de Israel, que oficializou a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948.

A criação do Estado de Israel foi oficializada em 14 de maio de 1948, após um processo histórico de retorno dos judeus à Palestina catalisado pelo antissemitismo da Segunda Guerra Mundial. A região da Palestina, há muito disputada, tem sido lar de judeus, árabes e cristãos. A presença judaica remonta ao século X a.C., embora tenha sido interrompida pela diáspora em 70 d.C. A partir do século XIX, devido ao movimento sionista, houve um retorno gradual dos judeus à Palestina. O sionismo, liderado por figuras como Herzl e Weizmann, promoveu a criação de um Estado judeu na região.

A criação de Israel, concretizada em 1948 com a proclamação de independência após a aprovação da Resolução 181 da ONU, gerou conflitos contínuos com os palestinos e implicações geopolíticas duradouras no Oriente Médio. Os conflitos entre Israel e Palestina, que incluem a Primeira Guerra Árabe-Israelense, a Guerra dos Seis Dias e as Intifadas, são parte da Questão Palestina, que aborda complexidades políticas, territoriais e a luta dos palestinos por seu direito à autodeterminação. A Questão Palestina tornou-se um dos conflitos mais persistentes do mundo.

Leia também: Antissemitismo — o preconceito contra pessoas de origem semita e que é historicamente associado aos judeus

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a criação do Estado de Israel

  • A criação do Estado de Israel foi oficializada em 1948, após um processo histórico de retorno dos judeus à Palestina.
  • Israel foi criado após a Segunda Guerra Mundial em resposta ao Holocausto e em um contexto de conflitos históricos na região.
  • O sionismo é o movimento que buscou estabelecer um Estado judeu na Palestina, liderado por Herzl e Weizmann.
  • A criação de Israel ocorreu em 14 de maio de 1948 com a proclamação de independência após a aprovação da Resolução 181 da ONU.
  • A criação de Israel gerou conflitos contínuos com os palestinos e implicações geopolíticas duradouras no Oriente Médio.
  • Conflitos entre Israel e Palestina incluíram a Primeira Guerra Árabe-Israelense, Guerra dos Seis Dias, Guerra do Yom Kippur, Primeira Intifada e Segunda Intifada.
  • A Questão Palestina aborda complexidades políticas, territoriais e a busca dos palestinos pelo direito à autodeterminação, sendo um dos conflitos mais persistentes do mundo.
  • A Palestina é uma região historicamente disputada, abrigando judeus, árabes e cristãos, com Jerusalém desempenhando um papel central e sagrado para as três religiões.
  • Os judeus têm uma presença na região da Palestina que remonta ao século X a.C., mas, após a diáspora em 70 d.C., houve um retorno gradual que ganhou impulso a partir do século XIX devido ao movimento sionista.
  • Os árabes chegaram à Palestina no século VII, com a expansão do islã e a conquista da região.

Videoaula sobre a criação do Estado de Israel

Qual o contexto histórico da criação do Estado de Israel?

Para compreender a criação do estado de Israel, é fundamental analisar o contexto histórico do século XIX e início do século XX, uma época de transformações geopolíticas, especialmente na região do Oriente Médio. Até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1917), a região era dominada pelo Império Turco-Otomano, que, por meio da política pan-islâmica, pretendia expandir sua dominação geográfica e religiosa pela região, chegando a influenciar tensões até no continente europeu.

As comunidades judaicas, cristãs e muçulmanas coexistiram no Oriente Médio, embora nem sempre harmoniosamente. Nesse contexto, surgiu o movimento sionista, que buscava a criação de um estado judeu na Terra Santa, baseado no conceito de um lar nacional judaico.

No século XIX e início do século XX, a presença judaica na região que mais tarde se tornaria o Estado de Israel aumentou gradualmente, fato que se deu por uma série de fatores. O sionismo desempenhou um papel central nesse processo. Os sionistas acreditavam que os judeus deveriam estabelecer um lar nacional na Palestina, historicamente considerada a Terra Santa, como um refúgio seguro em meio à crescente discriminação e perseguição de judeus em todo o mundo. O movimento sionista incentivou a imigração judaica para a Palestina, então parte do Império Turco-Otomano.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve um impacto significativo no processo de criação do Estado de Israel. Durante o conflito, o Holocausto nazista resultou no assassinato de cerca de seis milhões de judeus na Europa. A revelação dos horrores do Holocausto aumentou a pressão internacional para a criação de um Estado judeu como um refúgio seguro para os sobreviventes do extermínio e outros judeus em busca de proteção. A tragédia sensibilizou a opinião pública global para a causa sionista e fortaleceu o apoio à criação de um Estado judeu.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a questão do futuro da Palestina foi encaminhada à Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina, que recomendava a divisão da Palestina em um Estado judeu e um
Estado árabe
, com Jerusalém sob administração internacional. Embora o plano tenha sido aprovado, ele encontrou forte oposição dos países árabes da região, resultando em um conflito armado que levou à proclamação da independência de Israel em 1948.

A Segunda Guerra Mundial e a resolução da ONU desempenharam um papel crucial no estabelecimento do Estado de Israel, mas também deram início a conflitos duradouros com os Estados árabes vizinhos e à Questão Palestina.

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Conceito de sionismo

O sionismo é um movimento que representa a aspiração de autodeterminação do povo judeu, que, após séculos de diáspora, perseguições e discriminações, almejava um território onde pudesse estabelecer um Estado judaico. Theodor Herzl, considerado o pai do sionismo político, foi uma figura central nesse movimento, defendendo a ideia de um Estado judeu na Palestina, então parte do Império Turco-Otomano. O sionismo ganhou força nas primeiras décadas do século XX à medida que mais judeus emigravam para a Palestina em busca de um lar seguro.

Retrato de Theodor Herzl, o fundador do sionismo político, ligado à criação do Estado de Israel.
Theodor Herzl foi um dos responsáveis pela definição de “sionismo”. Ele foi o fundador do sionismo político.

Diversos pensadores e líderes judeus pensaram o sionismo e o definiram. Dentre eles, destacam-se:

  • Theodor Herzl: é frequentemente considerado o fundador do sionismo político. Seu conceito de sionismo envolve a criação de um Estado judeu na Palestina como resposta ao antissemitismo e à perseguição aos judeus. Herzl acreditava que um Estado judeu seria a solução para garantir a segurança e a igualdade dos judeus. Ele viu o sionismo como uma resposta ao crescente antissemitismo na Europa e argumentou que os judeus deveriam se unir para criar uma pátria onde pudessem viver livres de discriminação e perseguição.
  • Chaim Weizmann: desempenhou um papel importante na obtenção de apoio internacional para o sionismo e compartilhava a visão fundamental de que os judeus deveriam ter um Estado independente. Seu conceito de sionismo estava ligado à convicção de que a autodeterminação judaica na Palestina era crucial para a preservação da identidade judaica e para garantir um lar seguro para os judeus.
  • Ahad Há’am: enfatizava a importância da revitalização da cultura judaica. Ele acreditava que, antes da criação de um Estado judeu, era necessário estabelecer um centro espiritual judaico na Palestina, onde a identidade e a cultura judaicas pudessem florescer. Para Há’am, o sionismo não era apenas uma busca por um Estado mas também uma busca por uma identidade judaica renovada.
  • David Ben-Gurion: pensou a construção e a administração eficaz de um Estado judeu, com um forte compromisso com a segurança e a prosperidade de seu povo na Palestina. Ele desempenhou um papel fundamental na transformação do sionismo em realidade por meio da independência de Israel.
  • Vladimir Jabotinsky: liderou o sionismo revisionista, que tinha um conceito de sionismo mais nacionalista e militarista. Para Jabotinsky, o sionismo revisionista deveria buscar um Estado judeu que fosse assertivo em sua defesa e segurança. Ele acreditava que os judeus deveriam ser ativos na defesa de seu território e que a força era essencial para garantir a sobrevivência do Estado judeu na Palestina. Seu conceito de sionismo enfatizava a autodefesa e a segurança como prioridades fundamentais.

Como ocorreu a criação do Estado de Israel?

A criação do Estado de Israel está ligada aos eventos que ocorreram no contexto pós-Segunda Guerra Mundial. Após a revelação do Holocausto nazista e da extensão da perseguição e do extermínio dos judeus na Europa, houve uma crescente pressão internacional para a criação de um Estado judeu como refúgio seguro para os sobreviventes do Holocausto e outros judeus que buscavam proteção.

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução 181, também conhecida como o Plano de Partilha da Palestina. Essa resolução recomendou a divisão da Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe, com Jerusalém sob administração internacional.

Figuras importantes desempenharam papéis fundamentais nesse processo. David Ben-Gurion, o principal líder sionista, tornou-se o primeiro primeiro-ministro de Israel e desempenhou um papel central na proclamação de independência do Estado. Chaim Weizmann, outro líder sionista proeminente, teve um papel importante na obtenção do apoio britânico à Declaração de Balfour e na promoção do apoio à criação de Israel. O presidente dos Estados Unidos na época, Harry S. Truman, reconheceu oficialmente o Estado de Israel logo após sua proclamação.

Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion proclamou oficialmente a independência do Estado de Israel no Museu de Tel Aviv, marcando o estabelecimento do Estado judeu. A cerimônia contou com a presença de líderes sionistas proeminentes. Após a proclamação de independência, Israel recebeu reconhecimento de vários países, incluindo os Estados Unidos e a União Soviética. No entanto, o reconhecimento por parte de países árabes vizinhos não foi concedido, desencadeando o conflito árabe-israelense que continua até hoje.

Consequências da criação do Estado de Israel

A criação do estado de Israel teve consequências profundas e duradouras. Por um lado, proporcionou um lar seguro para os judeus, cumprindo o ideal sionista. Por outro lado, gerou deslocamentos em massa de populações árabes e palestinas, levando a um conflito que perdura até os dias de hoje. Além disso, a questão de Jerusalém como cidade sagrada para várias religiões complicou ainda mais a situação e perpetua os conflitos.

→ Conflitos entre Israel e Palestina

Tropas egípcias apoiando os palestinos na Guerra do Yom Kippur, um conflito ligado à criação do Estado de Israel.
Tropas egípcias apoiando os palestinos na Guerra do Yom Kippur.

Os conflitos entre Israel e Palestina são uma das questões mais complexas e persistentes do cenário geopolítico mundial. Os desentendimentos envolvem disputas territoriais, militares, ações de grupos terroristas contrários à existência do Estado de Israel e perdas de vidas humanas para os dois lados. Apesar de inúmeras tentativas de negociação e mediação, uma solução definitiva ainda não foi alcançada. Dentre os conflitos entre Israel e Palestina, pode-se citar:

  • Primeira Guerra Árabe-Israelense (ou Guerra de Independência de Israel) — 1948 a 1949: teve início logo após a proclamação de independência de Israel, em maio de 1948, quando os países árabes vizinhos, incluindo Egito, Síria, Jordânia e Iraque, invadiram o recém-criado Estado de Israel.
  • Guerra dos Seis Dias — 5 a 10 de junho de 1967: Israel lançou um ataque preventivo contra seus vizinhos árabes, resultando na ocupação da Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Colinas de Golã.
  • Guerra do Yom Kippur (ou Guerra de Outubro) — 6 a 25 de outubro de 1973: teve início quando Egito e Síria lançaram uma ofensiva surpresa contra Israel durante o feriado judaico do Yom Kippur. O confronto resultou em perdas significativas de ambos os lados.
  • Primeira Intifada (Levantamento Palestino) — 1987 a 1993: foi um período de agitação e protestos palestinos, caracterizado por confrontos com as forças israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
  • Segunda Intifada (ou Intifada de Al-Aqsa) — 2000 a 2005: foi uma nova onda de violência e conflitos entre israelenses e palestinos, caracterizada por ataques suicidas e incursões militares.
  • Conflito em Gaza (Operação Chumbo Fundido e outros): vários episódios ocorreram em Gaza, incluindo a Operação Chumbo Fundido, em 2008-2009, e a Operação Margem Protetora, em 2014. Houve conflitos recorrentes entre Israel e grupos armados em Gaza, principalmente o Hamas.

Importante: Após a Primeira Intifada, foi assinado um acordo de paz. Mediados pelo então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, os Acordos de Oslo são como ficaram conhecidos os acordos de paz assinados em 1993 por Israel e Palestina. Representaram um marco na tentativa de resolver o conflito, estabelecendo a Autoridade Palestina e prevendo uma transição para a autonomia palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O não cumprimento deles por parte dos israelenses levou à Segunda Intifada.

Para saber mais detalhes sobre os conflitos entre Israel e Palestina, clique aqui.

→ Questão Palestina

A Questão Palestina envolve o prolongado e intrincado conflito entre Israel e os palestinos, abrangendo questões territoriais, políticas, religiosas e sociais no Oriente Médio. No cerne desse conflito está a disputa pela mesma terra entre Israel, estabelecido em 1948, e a Autoridade Palestina. Essa contenda abrange temas sensíveis, como fronteiras, territórios, direitos de retorno e o status de Jerusalém.

O deslocamento de centenas de milhares de palestinos de suas casas em 1948, durante a Guerra de Independência de Israel, resultou na criação de um problema de refugiados palestinos. Muitos deles permanecem em campos de refugiados há várias gerações, aguardando uma solução para seu retorno ou compensação.

A ocupação israelense da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental, desde 1967, é uma questão de grande controvérsia, com a construção de assentamentos israelenses nessas terras palestinas ocupadas servindo como obstáculo para a paz.

Pôr do Sol em Jerusalém, cidade ligada aos conflitos entre Israel e Palestina decorrentes da criação do Estado de Israel.
Jerusalém é uma cidade considerada sagrada pelos judeus, pelos muçulmanos e pelos cristãos.

Jerusalém, uma cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, é um ponto central de discórdia, com disputas sobre seu status e controle. A comunidade internacional historicamente defendeu a criação de dois Estados como a melhor maneira de resolver o conflito, mas as negociações para tanto têm sido difíceis e frequentemente interrompidas.

Muitos atores internacionais têm tentado mediar as negociações de paz, mas os obstáculos persistem, e a violência esporádica continua a causar sofrimento e perdas de vidas de ambos os lados. Além disso, desafios econômicos, como altas taxas de desemprego e subdesenvolvimento nas áreas palestinas, também fazem parte dessa complexa questão.

Veja também:  Hamas — organização que surgiu com o propósito de libertar o povo palestino e de lutar pelo fim de Israel

O que é a região da Palestina?

A região da Palestina, localizada no Oriente Médio, é uma área historicamente significativa que tem uma longa história de ocupação e diversidade étnica e cultural. A região está situada na costa oriental do mar Mediterrâneo e atualmente faz parte dos territórios de Israel, Jordânia, Líbano e Egito.

Palestina em imagem de satélite, região ligada aos conflitos decorrentes da criação do Estado de Israel.
A região da Palestina atualmente faz parte dos territórios de Israel, Jordânia, Líbano e Egito.

A palavra “Palestina” remonta ao Império Romano. Os romanos nomearam a região “Provincia Palaestina”, após a revolta judaica no século I, como uma forma de desencorajar sentimentos nacionalistas judeus. O nome “Palaestina” é uma adaptação do termo grego “Philistia” ou “Philistines”, que se referia aos filisteus, povo antigo que havia habitado partes da costa sul do Mediterrâneo oriental.

Os romanos queriam apagar as conexões judaicas e diminuir essa identidade na região após a revolta do povo judeu em 70 d.C.  Assim, renomear a região com um termo que tinha raízes não judaicas era uma forma de desassociá-la de suas origens. Os filisteus foram historicamente inimigos dos judeus e foram derrotados em batalhas narradas nas histórias bíblicas.

Judeus e a Palestina

A presença judaica na Palestina tem raízes antigas e remonta a milhares de anos, com diferentes ondas de migração. Dentre os principais acontecimentos dessa história, pode-se citar:

  • Antiguidade: na Antiguidade, a Palestina era a terra prometida aos judeus, de acordo com a Bíblia, e a presença judaica remonta ao reinado do rei Davi e do rei Salomão, por volta do século X a.C. O Primeiro Templo de Jerusalém foi construído sob o reinado de Salomão e destruído pelos babilônios em 586 a.C. Após o retorno do exílio babilônico, o Segundo Templo foi construído em Jerusalém.
  • Domínio estrangeiro: durante os séculos seguintes, a região da Palestina passou por uma série de dominações estrangeiras, incluindo a persa, a grega (após as conquistas de Alexandre, o Grande) e a romana. A presença judaica na região continuou, mas sob o domínio de diferentes impérios.
  • Diáspora: após a destruição do Segundo Templo pelos romanos em 70 d.C., houve uma diáspora judaica significativa, com judeus dispersos por todo o mundo. No entanto, uma comunidade judaica permaneceu na Palestina, embora em menor número.
  • Retorno sionista no século XIX: o movimento sionista, liderado por figuras como Theodor Herzl, ganhou força no final do século XIX. Os sionistas buscavam o retorno dos judeus à Palestina e a criação de um Estado judeu na região.
  • Imigração judaica no século XX: durante o mandato britânico na Palestina (1920-1948), houve uma imigração significativa de judeus para a região, incentivada pelo movimento sionista. Isso resultou em um aumento na população judaica na Palestina.
  • Fundação de Israel: em 1948, David Ben-Gurion proclamou a independência do Estado de Israel, após a aprovação do Plano de Partilha da Palestina pela ONU. Isso marcou um ponto crucial na história da presença judaica na Palestina, com a criação de um Estado judeu independente.

Árabes e a Palestina

A história da chegada dos árabes à Palestina se deu no século VII d.C., com a expansão do islã. A Batalha de Yarmouk, em 636 d.C., culminou na subjugação da Palestina pelos árabes muçulmanos, e na subsequente conquista de Jerusalém em 638 d.C.

Essa conquista não apenas trouxe a cultura árabe para a Palestina como também difundiu o islã e a língua árabe, que se tornou predominante na região. Durante os séculos seguintes, a Palestina fez parte de diversos califados (reinos) islâmicos, incluindo os omíadas, abássidas, fatímidas e mamelucos, que governaram a região. Cada dinastia deixou sua marca na história e na cultura da Palestina.

No início do século XVI, a Palestina foi dominada pelo Império Otomano, que, apesar de muçulmano, era de origem turca, não árabe, e dominou a região por vários séculos, até seu colapso, após a Primeira Guerra Mundial. Nesse período, a Palestina testemunhou o surgimento do nacionalismo árabe, um movimento que ganhou força no início do século XX, não apenas na Palestina mas em toda a região, marcando um período de agitação política e movimentos nacionalistas árabes.

O século XX trouxe mudanças significativas para a Palestina. Com o domínio britânico na região, houve uma crescente imigração judaica, incentivada pelo movimento sionista. As tensões entre as comunidades judaica e árabe na Palestina se intensificaram. Essas tensões desempenharam um papel crucial no conflito israelense-palestino, que persiste até os dias de hoje.

Fontes

GOODMAN, Martin. A História do Judaísmo. São Paulo: Crítica, 2020.

GELVIN, James. Israel X Palestina: 100 anos de conflito. São Paulo: Edipro, 2017.

VENTURA, Gilberto. O Resgate. São Paulo: Sefer, 2016.

Por: Tiago Soares Campos

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