Guerra Mexicano-Americana

A Guerra Mexicano-Americana foi travada entre o México e os Estados Unidos, de 1846 a 1848, e colocou em disputa a região da Califórnia, Novo México e Texas.

Ilustração de 1848 retrata a Batalha de Chapultepec, na conquista da Cidade do México pelos Estados Unidos
Ilustração de 1848 retrata a Batalha de Chapultepec, na conquista da Cidade do México pelos Estados Unidos

A Guerra Mexicano-Americana foi travada entre Estados Unidos e México de 1846 a 1848. Esse conflito foi causado pela rivalidade entre esses dois países, motivada pelo processo de expansão territorial dos Estados Unidos e sua ambição sobre territórios que pertenciam ao México. Aproximadamente, 40 mil pessoas morreram nesse período, vítimas dos confrontos ou de doenças adquiridas nos acampamentos dessa guerra.

Antecedentes do conflito

A rivalidade que existia entre México e os Estados Unidos, e que levou ao início da Guerra Mexicano-Americana, remontava principalmente aos acontecimentos relacionados com a ocupação do Texas por colonos americanos e à Revolução do Texas, que havia acontecido em 1836 e levado a região à independência.

O México declarou independência em 1810, no entanto, o reconhecimento espanhol desse processo aconteceu somente em 1821. A partir disso, os mexicanos herdaram os territórios que fizeram parte do Vice-Reino da Nova Espanha, do qual pertenciam Texas e regiões que correspondem atualmente ao estado da Califórnia, Arizona, entre outros.

A partir de 1823, um acordo entre o governo mexicano e Moses Austin e Stephen Austin permitiu que a região correspondente ao Texas fosse povoada por colonos americanos. Até então, esse território fazia parte do estado mexicano de Coahuila y Tejas, e a intenção do governo mexicano, ao permitir a chegada desses colonos, era povoar a região para desenvolvê-la economicamente e, assim, cessar os ataques indígenas que aconteciam naquele momento.

No entanto, o crescimento da população americana nesse território gerou atritos com o governo mexicano. Os colonos americanos não aceitavam a imposição do catolicismo promovida pelo governo mexicano, que, além disso, não permitia a utilização de trabalho escravo na região, o que lhes desagradava bastante.

Os desentendimentos com o governo mexicano levaram os colonos americanos a rebelarem-se e lutarem pela independência do Texas a partir de 1836. Durante o conflito das tropas texanas e mexicanas, houve confrontos em determinados locais, como Béxar (conhecida atualmente como San Antonio) e Álamo. A batalha final foi travada em San Jacinto, em uma batalha que, segundo os relatos, durou cerca de 20 minutos.

A vitória em San Jacinto garantiu a independência do Texas, que se separou oficialmente do território mexicano. Os conflitos entre o México e tropas texanas estenderam-se ainda até a década de 1840. Apesar desses esforços, os mexicanos não recuperaram o território perdido. O apoio americano aos rebeldes do Texas fez com que as relações entre Estados Unidos e México fossem abaladas.

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Guerra Mexicano-Americana

Na década de 1840, as relações entre México e Estados Unidos eram tensas por causa dos acontecimentos da Revolução Texana. Em 1845, o presidente americano James K. Polk, impulsionado pela ideologia do “destino manifesto”, demonstrou interesse em adquirir a região que era conhecida como Alta Califórnia.

O destino manifesto era uma crença de que os americanos seriam predestinados por Deus para ocupar e “civilizar” as terras do oeste. Essa ideologia era utilizada para mascarar os interesses puramente econômicos que a expansão territorial tinha e para justificar as violências que foram cometidas contra indígenas e mexicanos.

Inicialmente, o governo americano ofereceu a quantia de 25 milhões de dólares ao governo mexicano para adquirir essa região. A oferta foi rejeitada pelo governo mexicano, que estava insatisfeito por Estados Unidos terem anexado a região do Texas. Além disso, havia um litígio acerca dos limites da fronteira texana com os Estados Unidos.

O interesse americano na Alta Califórnia, aliado à insatisfação mexicana referente às disputas territoriais envolvendo o Texas, fez o governo mexicano declarar, no começo de 1846, que o país estava em uma “guerra defensiva” contra os Estados Unidos. Essa declaração acabou dando início às hostilidades entre as duas nações.

A Guerra Mexicano-Americana estendeu-se durante dois anos e teve como um de seus principais episódios a ocupação da capital mexicana, Cidade do México, por tropas americanas. Os americanos conquistaram essa cidade depois de terem derrotado as tropas mexicanas na Batalha de Chapultepec, ocorrida em setembro de 1847.

Com a ocupação da Cidade do México, o governo mexicano aceitou negociar os termos para ratificar a vitória americana. As negociações foram concluídas com o Tratado Guadalupe-Hidalgo, assinado em fevereiro de 1848. Nesse acordo, o México cedeu para os Estados Unidos a região de Texas, Novo México e Alta Califórnia e, além disso, estabeleceu a fronteira entre esses dois países no Rio Grande.

Essa cessão territorial fez com que o México perdesse o correspondente a 40% de seu território. Em troca, o governo americano ofereceu 15 milhões de dólares como indenização de guerra, além de conceder o perdão para uma dívida de 3,2 milhões de dólares que o governo mexicano possuía com cidadãos americanos.

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Por: Daniel Neves Silva

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