Revolta de Espártaco

O exército de escravos chegou ao contingente de mais de 100 mil homens
O exército de escravos chegou ao contingente de mais de 100 mil homens

Durante a República Romana (509 a 27 a.C.), as conquistas militares provocaram significativas transformações na sociedade, ou seja, na vida social, econômica e política daquela região. Esse fator influenciou diretamente na expansão da escravidão em Roma, em consequência das conquistas militares (prisioneiros de guerra que viraram escravos) e do empobrecimento da população, surgindo a escravidão por dívidas. O tema que abordaremos neste texto será a Revolta de Espártaco, considerada a maior rebelião de escravos da Antiguidade.

O trabalho escravo era a base que sustentava a economia da República Romana. Os escravos trabalhavam nas construções públicas (monumentos, estradas, aquedutos), nas pedreiras, nas minas, na agricultura, no artesanato e também exerciam trabalhos domésticos.

Na escravidão antiga, conforme citado acima, as pessoas se tornavam escravas por dois principais motivos: primeiro, tornando-se prisioneiras de guerra dos romanos ou contraindo dívidas. Portanto, a escravidão na Antiguidade não compartilhava com a discriminação e preconceito racial da escravidão negra africana do período moderno.

Os escravos mais instruídos em Roma exerciam a função de professor dos filhos das famílias abastadas e trabalhavam nas instituições públicas romanas. Já os escravos sem instrução trabalhavam nas minas, nas pedreiras e nas fazendas. Eles eram os mais explorados e, por isso, sua expectativa de vida era baixíssima (viviam poucos anos).

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Além de exercer o trabalho escravo para seus senhores, os escravos em Roma sofriam com castigos e torturas (sofriam duras surras, queimaduras, eram aprisionados em jaulas e se a desobediência permanecesse ou se cometessem faltas graves, geralmente eram crucificados).

Toda a situação de exploração e castigos causou a crescente insatisfação dos escravos. Espártaco foi a peça chave da revolta de escravos que aconteceu na República Romana. Ele havia sido capturado no norte da Grécia (quando se tornou escravo dos romanos) e em Roma fora escolhido para ser um Gladiador (os gladiadores eram escravos treinados para lutar entre si, promovendo espetáculos para a população romana).

No ano de 73 a.C., Espártaco saiu em fuga com outros 74 gladiadores. Juntos formaram um exército com a adesão de milhares de outros escravos que viviam em Roma. Alguns estudiosos chegam a falar que o exército formado por Espártaco reuniu aproximadamente 100 mil homens, ameaçando seriamente a instituição da escravidão durante a República Romana.

O exército de escravos liderado por Espártaco chegou várias vezes a vencer as legiões do exército romano no sul da Itália. No ano de 71 a.C., o exército romano empreendeu uma grande força tarefa, vencendo os rebeldes. Mais de 6000 escravos foram crucificados e o líder Espártaco morreu em combate. Dessa maneira, no ano de 71 a.C., a maior revolta de escravos do mundo antigo, e que abalou as estruturas do escravismo em Roma, chegou ao fim.

Por: Leandro Carvalho

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