Frequentes desvios linguísticos

Desvios linguísticos ocorrem com frequência, contudo, devemos evitá-los!
Desvios linguísticos ocorrem com frequência, contudo, devemos evitá-los!

Desvios linguísticos... Tal assunto nos parece um pouco familiar, assíduos usuários da língua que somos. Se eles são frequentes? Tudo depende do grau de conhecimento acerca dos traços peculiares que norteiam o sistema como um todo.

Dessa forma, para que você possa sempre desfrutar deles (destes conhecimentos), sobretudo em se tratando da forma como grafamos as palavras na nossa língua, preparamos alguns exemplos que representam aquele “acervo” de dúvidas que geralmente cultivamos. Há ainda outro aspecto que devemos sempre levar em conta: esses aspectos ortográficos muitas vezes estabelecem uma relação muito próxima com a semântica, ou seja, com o significado que atribuímos a esta ou àquela palavra. Eis alguns:

# Ela é esforçada que nem o irmão, ex-aluno do colégio.

Cabe ressaltar que a expressão “que nem”, em se tratando desse contexto, encontra-se substituindo a conjunção comparativa “como” – aplicável a situações formais de interlocução e, portanto, representando a forma adequada. Assim, tendo em vista que o exemplo se aplica somente a situações relacionadas à informalidade, opte por fazer uso da forma correta, ou seja: Ela é esforçada como o irmão, ex-aluno do colégio.

# Porventura, você tem amigo pessoal?

Sim, provavelmente vários, mas se eles são seus amigos, significa que são pessoais. Portanto, trata-se de um pleonasmo que, por sua vez, deve ser evitado. Assim, por que não dizer que você tem amigo, somente.

# Tampamos o nariz para os aromas desagradáveis, não é mesmo?

Pois bem, saiba que cometemos um “escorregão” linguístico, digamos assim, pois o correto é tapar, não tampar. Retificando, temos que “tapamos o nariz para os aromas desagradáveis”.

# Duas amigas conversando, quando uma diz a outra:

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- Não acredito! Estou pasma!

Não, ela não está pasma, mas sim pasmada, ok? Sim, sabe por quê? Porque pasmo se classifica como um substantivo, cujo sentido se refere a espanto, susto, assombro.

# Quantos quilos você pesa? Ou seria: quantos quilos você se pesa?  Desagradável não? Mas necessária. Dessa forma, saiba que em se tratando desse caso, o uso do pronome reflexivo se torna obrigatório, ou seja, pesa-se ou se pesa.

# Fulano está com problema de vista. Ah! Isso significa que quem assim o pronunciou precisa abrir os olhos e se atentar para alguns detalhes. Um deles diz respeito ao fato de que não é conveniente assim pronunciarmos, haja vista que a forma adequada se refere a “fulano está com problema no olho”.

# Você considerou o preço muito caro? Pode ser que sim, mas entenda que o preço não é caro, ele é alto, concorda? Assim, normalmente dizemos que o preço desta ou daquela mercadoria está alto, ou ainda “a mercadoria está muito cara”. 

# O seu caderno é aspiral?

Não, saiba que ele só pode ser espiral.

# Seus amigos são de maior? Pode ser também que ele também seja de menor, não é mesmo?

Não importa, o que realmente deve ser levado em consideração é que eles são maiores ou menores de idade, certo?

Tais exemplos somente ilustram os muitos casos em que, por falta do aprimoramento de determinadas habilidades, algumas falhas são cometidas, ainda que sutis. Contudo, procure não cometê-las, mesmo porque fazer bom uso do idioma é dever de cada um de nós.

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte