Água de lastro é o nome dado à água do mar que é recolhida e armazenada em navios para garantir que a embarcação não perca a estabilidade quando estiver muito leve. Ela é utilizada, portanto, em navios que acabaram de descarregar a sua carga. Sem a captura dessa água, o navio corre sérios riscos de afundar, partir-se e não conseguir realizar manobras.
Com o uso da água de lastro, ocorre uma compensação, pois ela passa a fazer o papel da carga que antes estava ali presente. Normalmente os navios que fazem uso de maior quantidade de água de lastro são os tanques e os graneleiros, que transportam mercadorias a granel.
Apesar de sua extrema importância para a navegação, a água de lastro pode provocar diversos impactos ambientais negativos. O principal deles é o transporte de organismos vivos de uma área para a outra. Como diversas espécies são capazes de sobreviver a longas viagens, a captura da água em uma região para sua posterior liberação em outro porto pode transportar uma infinidade de organismos, o que pode desencadear desequilíbrios no ecossistema. Estima-se que, por dia, cerca de sete mil espécies diferentes sejam transportadas por navios via água de lastro.
O problema em levar espécies de uma área para outra é que elas podem trazer doenças até então desconhecidas em determinada área e até mesmo se tornarem verdadeiras pragas. Isso pode acarretar uma grande perda de biodiversidade, aumento de doenças na população costeira e prejuízos econômicos para quem vive desses recursos.
Como os navios, normalmente, liberam a água de lastro nas áreas portuárias, essas regiões estão bastante vulneráveis aos problemas com bioinvasões. Os riscos de desenvolvimento dessas espécies invasoras é maior em locais que apresentam disponibilidade de nicho ecológico, que não possuem predadores naturais e aquelas áreas que apresentam ambiente similar ao original da espécie.
Para evitar grandes problemas ambientais, é necessário que todas as embarcações tenham alguns cuidados. A principal técnica utilizada para evitar as bioinvasões é realizar a troca da água de lastro em alto-mar, uma vez que organismos costeiros não sobrevivem em locais de grande profundidade. Além disso, podem ser realizadas algumas técnicas de tratamento de água, tais como a filtração, tratamento elétrico e a aplicação de biocidas.
