Esquistossomose mansônica

A esquistossomose mansônica é provocada pelo trematódeo Schistosoma mansoni e pode provocar o acúmulo de líquido na cavidade abdominal.

O Schistosoma mansoni  é responsável por causar a esquistossomose mansônica
O Schistosoma mansoni é responsável por causar a esquistossomose mansônica

A esquistossomose mansônica, também chamada de barriga d'água, doença do caramujo ou xistose, é provocada por um platelminto trematódeo denominado Schistosoma mansoni. A doença é considerada um grave problema de saúde pública e atinge, normalmente, pessoas mais pobres em razão, entre outros fatores, da falta de saneamento básico.

A doença é adquirida por intermédio de caramujos — presentes na água — contaminados com as larvas do trematódeo. O ciclo inicia-se quando o homem com esquistossomose elimina fezes com ovos viáveis do S. mansoni. Esses ovos, em contato com a água, eclodem e liberam o miracídio, uma larva ciliada. Os miracídios penetram nos caramujos do gênero Biomphalaria e desenvolvem-se, dando origem à outra larva, a cercária, que, posteriormente, sai do corpo do caramujo.

As cercárias são as larvas que infectam o humano quando este adentra em águas contaminadas. Penetrando ativamente na pele, as cercárias, ao entrarem no corpo humano, perdem suas caudas e passam a ser chamadas de esquistossômulos. Estes entram na circulação venosa e partem em direção ao coração, pulmão, sistema porta no fígado e artérias mesentéricas no intestino. No fígado, os esquistossômulos formam as formas macho e fêmea do S. mansoni, que migram para o intestino onde iniciam a postura dos ovos.

A doença pode apresentar-se de maneira assintomática ou sintomática. Alguns sinais podem surgir logo após a penetração da larva de S. mansoni, tais como coceira intensa no local e pequenas manchas avermelhadas que muito se assemelham a picadas de insetos. Em média, dois meses após a infecção aparecem os primeiros sintomas da esquistossomose, destacando-se febre, dor de cabeça, tosse, diarreia, dores musculares e fadiga. Esses sintomas caracterizam a fase aguda da doença.

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A esquistossomose na fase crônica pode durar vários anos e evoluir para diferentes formas clínicas, tais como a intestinal, hepatointestinal e hepatoesplênica. A primeira forma clínica destaca-se por casos súbitos de diarreias, que podem ou não ter a presença de sangue. Na forma hepatointestinal, há maior frequência da diarreia e o fígado com volume aumentado. Já a forma hepatoesplênica caracteriza-se pelo aumento do baço e do fígado, podendo ocorrer ascite, que é o acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal (barriga d'água).

A esquistossomose mansônica é tratada de acordo com a fase de desenvolvimento em que a doença encontra-se. Para as coceiras provocadas pela penetração da larva, por exemplo, são usados principalmente anti-histamínicos. Já para o tratamento específico da esquistossomose são usados normalmente dois medicamentos: o praziquantel e oxamniquine, que não são recomendados para gestantes, lactentes, crianças menores de dois anos e pessoas com insuficiência renal e hepática.

Para não contrair a doença, é fundamental evitar entrar em água que apresenta caramujos do gênero Biomphalaria . Além disso, é de extrema importância investir em saneamento básico, tratar o doente e conscientizar a população da importância de não defecar em regiões próximas a rios e lagos.


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Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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