Novos Países Industrializados (NIC)

Indústria localizada em Seul, na Coreia do Sul. Este país representa um dos exemplos mais claros de formação dos NIC
Indústria localizada em Seul, na Coreia do Sul. Este país representa um dos exemplos mais claros de formação dos NIC

NIC – sigla para New Industrialized Countries (Novos Países Industrializados) – é uma expressão utilizada para designar os países de economias subdesenvolvidas que se industrializaram após a segunda metade do século XX. Esses países não apresentam características necessariamente iguais em seus respectivos processos de industrialização, salvo a grande participação do Estado nesse processo, através de investimentos públicos e incentivos fiscais.

Apesar do crescimento vertiginoso da produção industrial dos NIC, é preciso lembrar que a maior parte das indústrias no mundo está concentrada em nações desenvolvidas. Além disso, na maioria dos casos, a industrialização desses países periféricos ocorre em virtude da instalação de multinacionais ou empresas estrangeiras com sede em países desenvolvidos.

No início desse processo, durante a década de 1950, a concentração industrial no mundo subdesenvolvido ocorreu na América Latina, com destaque para Brasil, México e Argentina. Nas décadas seguintes, também alcançou os chamados Tigres Asiáticos (Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong) e, por volta dos anos 1980, também o sudeste da Ásia (Índia, China, Malásia, Tailândia e Indonésia), além de algumas nações africanas. A seguir, destacaremos os casos mais representativos da industrialização dos NIC.

América Latina

Na América Latina, o processo de industrialização foi consolidado na segunda metade do século XX, mas pode-se dizer que o seu início ocorreu antes. A velocidade do processo de industrialização de Brasil, México e Argentina foi menor em relação aos outros NIC e caracterizou-se por buscar a diminuição dos efeitos da Divisão Internacional do Trabalho, marcada pela venda de matérias-primas por parte dos países desenvolvidos e pela compra de produtos industrializados pelos países subdesenvolvidos.

Dessa forma, Brasil, Argentina e México buscaram acentuar a produção industrial, focando, primeiramente, no mercado interno, com a intenção de reduzir as importações. Tal preocupação objetivava diminuir a dependência econômica e industrial.

Destaca-se também o processo industrial ocorrido principalmente no México, com a instalação das indústrias maquiladoras, aquelas em que a produção consiste apenas em montar peças de um mesmo produto que foram produzidas em outras partes do mundo. A maioria dessas empresas era norte-americana, em virtude do tratado econômico entre México e Estados Unidos. Tal fator ampliou ainda mais a dependência econômica dos mexicanos.

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Tigres Asiáticos

Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong (que foi integrado ao território chinês em 1997) e Taiwan conheceram os seus processos de industrialização a partir das décadas de 1970 e 80. Caracterizaram-se pela grande abertura ao capital externo e pela instalação de multinacionais, com exceção da Coreia do Sul, que priorizou a construção de indústrias do próprio país.

Esses países seguiram o modelo japonês de produção industrial e realizaram uma intensa modernização tecnológica de suas produções, que cresceram em um ritmo mais rápido em comparação aos demais países subdesenvolvidos. Ao contrário da América Latina, os Tigres Asiáticos não dispunham de matéria-prima em seu território e, tampouco, um mercado consumidor. Por isso, sua produção industrial foi marcada por estar voltada ao mercado externo, fato que fragilizou, de certo modo, a economia desses países.

China

Com a instalação do regime socialista – de economia planificada –, a China passou a desenvolver e incentivar a produção industrial com o controle e posse exclusiva do Estado a partir das décadas de 1950 e 1960.

Entretanto, com a crise que assolava o mundo socialista a partir do final dos anos 60, uma nova estratégia foi elaborada: as ZEEs (Zonas Econômicas Especiais), que permitiam a instalação de empresas privadas no país – fossem elas nacionais ou estrangeiras – desde que se associassem a uma empresa estatal chinesa, assinalando um processo denominado joint venture. Além disso, os locais e os modos de instalação deveriam ser previamente definidos pelo governo chinês.

Tal política, associada a profundos investimentos no setor agrário e ao fato de a China possuir o mercado consumidor mais amplo e uma das mãos de obra mais baratas, proporcionou um crescimento industrial sem igual no país.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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