Os verbos e a partícula se - como se dá a concordância?

O pronome se ora pode receber tal denominação, ora outra
O pronome se ora pode receber tal denominação, ora outra

Um dos aspectos que motivam os tantos questionamentos, em se tratando dos fatos que norteiam os estudos linguísticos, é, sem dúvida, a semelhança existente entre eles. Entretanto, temos que estar atentos e cientes de suas peculiaridades, pois mesmo que apresentem semelhanças, podem divergir quanto a vários fatores.

Sabendo disso, ocupemo-nos em analisar as diferenças que demarcam as estruturas verbais acompanhadas do pronome “se”, sobretudo no que tange à concordância verbal. Para tanto, nos apoiaremos em dois exemplos, os quais facilitarão nosso entendimento. Vejamos, portanto:



Ao nos atermos ao primeiro enunciado, constatamos que se trata de um verbo expresso na terceira pessoa do singular acompanhado do referido pronome. Tal regra nos contextualiza aos casos específicos que integram os tipos de sujeito que, no caso em questão, refere-se àquele representado pelo sujeito indeterminado. Outro fator determinante é que o verbo “precisar” se classifica como transitivo indireto, haja vista que quem precisa, precisa de alguém ou de algo.  

Assim como ocorre com os verbos transitivos indiretos, ocorre também com os intransitivos e os verbos de ligação. Para melhor compreendê-los, vejamos outros exemplos:

Era-se mais feliz antigamente. Aqui, temos um verbo de ligação. (verbo ser)  

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Luta-se em prol de grandes ideais. Nesse caso, trata-se de um verbo intransitivo, pois possui sentido por si só. 

Mediante todos esses casos podemos dizer que o “se” se classifica como índice de indeterminação do sujeito, e o verbo permanece sempre na terceira pessoa do singular, invariável, portanto.

Fazendo referência ao segundo enunciado, compreendemos que se trata de um verbo também expresso na terceira pessoa do singular, porém com um pormenor que o faz diferir do caso anterior: o fato de estar expresso na voz passiva sintética e de poder ser transformado para a voz passiva analítica, perfeitamente evidenciado da seguinte forma:

Guia turístico é contratado.

Constata-se que o verbo “contratar” se classifica como transitivo direto, pois quem contrata, contrata alguém – no caso, “guia turístico” representa o complemento de tal verbo.  

Desse modo, em se tratando de verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos, temos que o pronome “se” se classifica como pronome apassivador, com isso, os verbos podem ser flexionados. Logo, se porventura, estivéssemos falando de “guias turísticos”, o verbo deveria ser flexionado, o que tornaria o enunciado assim expresso: 

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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